1/29/2009

American writer John Updike died

"My subject is the American Protestant small town middle class," Updike told Jane Howard in a 1966 interview for Life magazine. "I like middles," he continued. "It is in middles that extremes clash, where ambiguity restlessly rules".

"O meu tema é o americano protestante, do pequeno povoado, e classe média," Updike disse a Jane Howard em 1966 numa entrevista para a revista Life.
"Eu gosto dos meios," continuou.
"É nos meios que chocam os extremos, onde reina a ambiguidade sem descanso."

1/27/2009

Artistas, Deuses, Origens.

Depois de estender o céu por cima de uma terra cujos elementos tinham sido separados um do outro, Deus deixou de criar, para fazer: O Génesis usa dois verbos diferentes para marcar a diferença. Fazer é mais sujo que criar, que pode mandar o ar fino aceitar a substância. Prometheus fez o homem salpicando o barro; Auguste Rodin, com cinco anos, achou os próprios ingredientes na cozinha. Ele viu a sua mãe, derrubar entrelaçamentos finos, de massa em óleo quente, e extrair pastéis crocantes; discernindo as formas do ser humano na massa retorcida, ele pediu se podia fritar alguns homens. Praticando para ser um escultor, ele amassou a massa em formas que eram quase grandes demais para a panela. Ficou encantado quando o calor animou os seus protótipos grudentos: O óleo a ferver, fê-los contorcerem-se violentamente, apressando-os para a vida. era uma lição útil, que ele talvez tenha lembrado em 1864 quando produziu o seu primeiro busto , representando um homem com um nariz partido. Rainer Maria Rilke disse que Rodin fez esta máscara tal como Deus fez o primeiro homem.

After stretching out the heaven above an earth whose warring elements had been separated from each other, God turned from creating to making: Genesis uses two defferent verbs to mark the difference.
Making is dirtier than creating, which can command thin air to take on substance. Prometheus made man by dabbling in mud; Auguste Rodin, aged five, found his own ingredients in the kitchen. He saw his mother dropping thin twists of dough into hot oil and extracting crisp pastries; discerning human shapes in the contorted batter, he asked her if he could fry some men. Practicing to be a sculptor, he kneaded dough into shape that were almost too big for the pan. He was delighted when the heat animated his sticky prototypes: The spitting oil caused them to writhe, violently quickening them into life. it was a useful lesson, which he perhaps remembered in 1864 when he produced his first portrait bust, representing a man with a broken nose. Rainer Maria Rilke said that Rodin made this mask as God created the first man.

My humble translation From: Artists,gods,origins-Peter Conrad.

a saborear a primavera ausente.

Bill Evans - B minor Waltz ( for Ellaine)

a fazer sorrir o inverno.

Vince Guaraldi-Linus and Lucy

1/26/2009

+ Chaos + chaos

"One must have chaos in oneself in order to give birth to a dancing star"
É necessário o caos interior para dar à luz uma estrela dançante.
Nietzsche
artwork by: N.F.

1/23/2009

desinstalar

Tem a certeza que deseja apagar o milagre 1512.doc?
Tem a certeza que deseja desinstalar o programa-Santos Milagres, e todos os seus conteudos?

1/19/2009

o silêncio do silêncio

Entrou na nossa história no fim - disse-lhe ele.
- Se o meu pai ainda estivesse aqui, podia responder a todas as suas perguntas.
Mas talvez a verdade, ou, como ele costumava dizer, a nossa tragédia humana seja não conseguirmos compreender a nossa experiência, deixá-la escapar por entre os dedos, não a conseguirmos prender, e quanto mais o tempo passa, mais difícil se torna.
Talvez no seu caso tenha passado demasiado tempo e terá de aceitar, desculpe-me dizer isto, que há coisas na sua experiência que não poderá entender.
O meu pai dizia que a natureza nos fornecia explicações para compensar os enigmas que não conseguíamos decifrar.
O bater do sol frio num pinheiro no inverno, a música da água, um remo cortando o lago e o voo dos pássaros, a nobreza da montanha, o silêncio do silêncio.
A vida é-nos dada mas devemos aceitar que é inatingível e rejubilar-nos por aquilo que os nossos olhos, a nossa memória, a nossa mente consegue captar.
Era este o seu credo.
Eu próprio passei a vida ligado a actividades financeiras, sujando as mãos com o dinheiro, e é só agora que ele está morto que me consigo sentar no seu jardim e ouvir o que ele diz.
Só agora, depois da sua triste morte, mas, felizmente, você chegou.

trad: Maria João Delgado.

1/12/2009

Israel/2004









Quem tem medo do bicho papão,
Israel, 
pais gaiato.
Com orgulho de ladrão,
ordena por trás do fato.

Territórios são berlindes,
para a nação que é criança.
Fazer o homem pedinte,
do que era dele por herança.

Sem vergonha vive o descarado,
erguendo muros no seu quarto de brinquedos.
Pelo novo mundo assim mimado,
basta-lhe agora estalar os dedos.

Na televisão,
o disfarçe da elegãncia.
Mas por trás das paredes,
a fealdade dos seus dentes.
A triste doença da ignorãncia,
faz dos povos eternos pacientes.

A tudo assistimos e tudo discutimos,
mas logo a distracção se apodera de nós.
As ideias que construimos, perdem-se pobres,
na grande voz.

E fica um rosto.
Uma identidade.
Que irrompe num choro, num grito ou num canto.
No fundo de um poço aguarda a verdade,
mas as suas águas turvam-se de espanto.