5/16/2007

cinema experimental - para a slow, mas só a foto

Queria fazer cinema com ela.
Deitá-la na minha praia preferida, com o vestido que entre muitos, eu escolheria naquela altura.
Descobrir a sua pele, quando e quanto queria, pôr palavras carnais na sua boca fria.
Queria poder escolher entre cenários e cenários, fazer exotismos com os seus pés.
Calçá-los como bem entendesse, fazer a relação deles com a sua boca, espalhar os vermelhos à sua volta em vez de os pôr nela.
Queria realizá-la como agora, ou a mim, já não sei, utilizá-la.
Amor cinema.
Amor literatura.
Amei sempre mais as mulheres com que sonhei, e nenhuma delas era um poço de virtudes, por virtude de viverem nos meus dois mundos.
Queria fazer luz sobre cada parte do seu corpo, a que bate sobre a clareira da anca, onirica, amarelada.
A que brilha antes de chegar à nuca, a que escurece na garganta húmida da sua ilha do amor.
Fazer cinema sem preocupação de tempo.
Como se fosse possivel, valha-me a santa antiguidade, fazê-la morrer ao mesmo tempo que eu.
(N.G)

Slow picture - unknow